De dentro para fora

VERSO PARA MEMORIZAR:
"Não existe nada fora da pessoa que, entrando nela, possa contaminá-la; mas o que sai da pessoa é o que a contamina’’ (Marcos 7:15).

Leituras da semana:
Marcos 7, Isaías 29:13; Êxodo 20:12; Marcos 8:11-21.
O estudo desta semana aborda Marcos 7 e a primeira metade de Marcos 8. No começo do capítulo 7, Jesus gerou debate ao rejeitar a tradição religiosa. Mas, Ele agiu de modo que reafirma uma verdade muito importante para a vida cristã hoje.

Jesus então apresentou um enigma que abre a porta para uma verdadeira compreensão do que realmente é a fé.

Após isso, Ele foi para Tiro e Sidom e lá encontrou uma mulher que foi a única pessoa a trocar uma conversa com ele. Neste diálogo, a mulher pediu a ajuda de Jesus para curar sua filha. Mesmo sem contato físico, a ajuda foi dada e a fé da mulher foi recompensada.

Marcos 7, que fala sobre essa cura, mostra uma lição valiosa sobre a fé, porque mostra que as ações verdadeiras abrem o caminho para a verdade. Finalmente, os amigos de Jesus lhe trouxeram questionamentos sobre a verdade da fé. Afinal, que benefícios os milagres trouxeram aos líderes religiosos que estavam decididos a rejeitar Jesus?

O estudo de Marcos 8 analisa o significado do pão como símbolo de tradições e ensinos humanas. Essas histórias contêm lições importantes sobre o significado e a prática da vida religiosa.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado,10 de Agosto.

Implorando pela Salvação do Pai

Por Andrew McChesney

Quando era estudante universitário, Anush assistiu a um filme mexicano sobre um menino que orava pela conversão de seu pai. No filme, o menino disse: “Acredito que se eu orar por meu pai todos os dias, ele certamente se aproximará de Deus”.

O menino orava todos os dias e seu pai entregava seu coração a Deus.

Inspirado pela história, Anush decidiu orar todos os dias para que o pai fosse batizado. Ela começou a orar quatro anos antes de seu batismo. Dois anos depois de seu batismo, ela ainda orava por ele. Ela tinha certeza de que ele viria a Deus. Mas quando a tensão começou a aumentar em casa, ela começou a se perguntar quanto tempo ainda teria de esperar.

Após seu batismo, Anush tornou-se muito ativa no Sétimo Dia.

Igreja Adventista. Ela se voluntariou para iniciativas da igreja, às vezes recebendo um pequeno salário e outras vezes nada.

O pai não reclamou porque deu permissão a Anush para ir à igreja e ser batizado. A Arménia é uma sociedade em grande parte patriarcal, onde muitos pais são os decisores do agregado familiar.

Mas o pai queria o melhor para a filha e não conseguia entender por que ela trabalhava por tão pouco.

“A igreja está usando você”, disse ele. “Você é talentoso e eles estão usando você sem lhe dar o que você merece.”

Anush começou a sentir tensões sempre que estava em casa e não gostou disso. Sempre que era convidada para participar de um programa da igreja, ela pedia permissão ao pai. O pai permitiu que ela fosse, mas sempre reclamava.

Anush decidiu ter uma conversa franca com Deus.

“Deus, eu sei que o Pai virá até você, mas estou tão cansada”, disse ela. “Estou lhe dando duas opções: ou ele vem até você ou ele vem até você.”

Depois, ela disse à mãe: “Hoje estou orando sinceramente a Deus. Juntar Comigo. Não queremos que esta situação continue. Queremos que o Pai vá à igreja conosco.”

Na Arménia, muitas mães e crianças vão à igreja sem os seus maridos e pais. Muitas famílias sentem-se confortáveis com o acordo, desde que os homens permitam que as mães e as crianças partam sem perseguição.

Mas Anush não estava mais satisfeito com tal acordo. Ela queria Pai para ir à igreja também.

A mãe concordou em orar. As esperanças de Anush aumentaram. Ela tinha certeza de que Deus mudaria o coração do Pai. Ela estava confiante de que isso poderia acontecer a qualquer momento.

Fornecido pelo Escritório da Conferência Geral da Missão Adventista, que usa as ofertas missionárias da Escola Sabatina para espalhar o evangelho em todo o mundo. Leia novas histórias diariamente em www.escolaSABATINA.net/historias.

Acreditamos que Deus aumentou o conhecimento de nosso mundo moderno e que Ele deseja que o usemos para Sua glória e proclamar Seu breve retorno! Precisamos da sua ajuda para continuar a disponibilizar a Lição da Escola Sabatina neste aplicativo. Temos os seguintes custos Firebase, hospedagem e outras despesas. Faça uma doação no nosso site www.Licao.org

Tradições humanas versus mandamentos divinos

Que verdades relevantes são apresentadas em Marcos 7:1-13?

Podemos imaginar crianças estudando esse texto na classe da Escola Sabatina, voltando para casa e dizendo que não precisam mais lavar as mãos antes de comer porque Jesus disse isso. No entanto, essa história não fala sobre higiene.

Na época de Jesus, muitos judeus estavam preocupados com a pureza ritual. Segundo as normas do AT, os sacerdotes deveriam lavar as mãos antes de atenderem ritualmente puros (Êxodo 30:17-21), mas durante o período entre o AT e o NT, essa prática foi estendida ao povo em geral. Foi com base nesse conceito que os líderes religiosos se queixaram com Jesus sobre Seus discípulos.

Jesus não respondeu diretamente à pergunta que lhe foi feita. Em vez disso, Ele ofereceu ou discutiu pontos por meio de uma resposta dividida em duas partes. Primeiramente, Ele citou as palavras incisivas, mas cujo coração repudiaram uma nação que honrava a Deus com palavras, mas denegando o que estava longe Dele (Isaías 29:13). A citação de Isaías mostrou como indivíduos poderiam valorizar as tradições humanas no lugar dos mandamentos divinos.

A segunda parte da resposta de Jesus repreendeu a atenção os pais por honrar o mandamento de Deus a respeito do cuidar dos pais (Êxodo 20:12), o que inclui cuidar deles na velhice, e a contrastou com uma forma de religiosidade segundo a qual alguém poderia apresentar a Deus uma oferta chamada "corbã", e ainda usar o dinheiro para si mesmo, mas se recusar a usá-lo em favor dos pais idosos que estivessem em necessidade. Poder-se-ia imaginar a cena: "Desculpe-me, pai. Eu gostaria muito de ajudá-lo, mas doei o dinheiro para o Templo."

Jesus colocou esse tipo de hipocrisia de modo direto e persuasivo, mostrando como suas tradições acomodavam a Palavra de Deus. E aqueles que estavam pecando.

Qual foi a resposta aos fariseus? Jesus mostrou que não ficou convencido diante da insistência deles em dizer que a purificação das mãos era necessária para estar em harmonia com Deus. Ele apoiou claramente os mandamentos da Lei de Deus, opondo-os à tradição humana (veja também Marcos 1:44; 7:10-13; 10:3-8; 12:26, 29-31).

Temos "tradições" em conflito com os princípios da lei de Deus? Quais seriam?

Mãos puras ou coração puro?

Leia Marcos 7:15. O que Jesus quis dizer com o enigma de Marcos 7:14-19?

Essas palavras de Jesus têm sido um mistério para muitos. Ao analisar sua relação com Levítico 11 sobre alimentos puros e impuros, será que Jesus eliminou essas distinções? Estão os Adventistas equivocados ao ensinar que as pessoas só podem consumir os tipos de carnes que fazem parte da lista de animais puros?

Primeiro, é estranho que, em Marcos 7:14-19, Jesus rejeitasse subitamente as instruções de Moisés quando Ele tinha acabado de defender (nos v. 6 a 13) os ensinos de Moisés, opondo-os às tradições. Segundo, o fato que os fariseus promoviam não tem base no AT; as leis alimentares, por outro lado, sim.

Por último, o que Marcos 7:19 quer dizer ao explicar que Jesus purificou todos os alimentos não é que as leis alimentares foram abolidas, mas que as tradições a respeito da contaminação pelo toque eram inválidas. Essas tradições incluíam a ideia equivocada de que se um judeu pobre ser contaminado ao entrar em contato com gentios, então também poderia ser contaminado pelo contato com alimentos que eles haviam tocado.

Leia Marcos 7:20-23. O que realmente torna alguém contaminado?

Em Marcos 7:19, Jesus observou que o alimento não vai para o coração, mas para o estômago, e depois é eliminado na digestão. Mas em Marcos 7:21-23, Ele explicou que o mal vem do caráter, o centro de quem a pessoa é. Ele apresentou uma lista de pecados que começam com maus pensamentos, e terminam em más ações.

Quando combinamos o quinto mandamento (Marcos 7:10) com essa lista de pecados (Marcos 7:21-23), percebemos que Jesus mencionou todos os mandamentos da segunda tábua do Decálogo. Além disso, em Marcos 7:7, Ele se referiu à adoração vã, que diz respeito à essência dos primeiros quatro mandamentos do Decálogo. Assim, ao longo dessa passagem, Jesus Se posicionou como defensor da lei de Deus.

Podemos ter uma teologia correta, mas não ter o coração sob o controle de Deus?

Migalhas para os cachorrinhos

Que lições importantes encontramos na história de Marcos 7:24-30?

A história que estudamos hoje também levanta questões importantes. Por que Jesus respondeu tão duramente àquela mulher, chamando-a, de forma indireta, de cachorrinha?

No episódio de Marcos 7:27, Jesus mencionou que os filhos deveriam comer primeiro, indicando que existia uma ordem, mas que os "cachorrinhos" também teriam sua vez. Neste contexto, cachorrinhos não significam filhotes, mas sim cachorros que viviam na casa, diferente dos cachorros de rua. Em sua resposta, a mulher retomou esses termos, respondendo de forma direta e poderosa.

Ela afirmou: "Senhor, os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças" (Marcos 7:28).

Por que a mulher respondeu assim? O desejo de curar sua filha a motivou. Jesus também a incentivou, sinalizando que havia uma chance para ela. Além disso, queria que ela reivindicasse algo além do esperado. Os cachorrinhos ficavam debaixo da mesa; ela estava aos pés de Jesus, implorando pela filha. Assim, ela reivindicou o direito a uma parte da comida que cai.

A resposta da mulher mostra sua fé robusta. Chamar de "migalha" o poderoso milagre de curar sua filha à distância indicava o quão grande é o poder de Jesus (se aquilo era uma migalha, o que seria um pão inteiro?). Além disso, a resposta mostrava que atender aquele pedido era algo pequeno para Jesus. Ele foi tocado por essa fé e atendeu ao pedido daquela mulher.

"Por Sua maneira de lidar com ela, [Jesus] mostrou que aquela que era considerada como uma rejeitada de Israel não era mais estranha, mas uma filha na família de Deus. E, como filha, tinha o privilégio de partilhar das dádivas do Pai" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 317).

Por que o conceito contra outros grupos étnicos e nacionalidades é totalmente contrário aos ensinos de Jesus? Como podemos nos livrar desse mal?

A cura do surdo e gago

Leia Marcos 7:31-37. Quem foi levado a Jesus e o que Ele fez por aquela pessoa?

Jesus não fez uma viagem curta ao retornar para a Galileia, vindo da área de Tiro e Sidom. Parece que Ele partiu da área de Tiro, subiu pela área de Sidom, então para o interior e finalmente ao nordeste do mar da Galileia, chegando perto do mar. Este foi um percurso longo, provavelmente dando a Ele muitas oportunidades para ensinar Seus discípulos.

O relato não especifica quem trouxe o homem a Jesus, mas o problema dele estava claro: ele não podia ouvir e tinha dificuldades para falar. A falta de audição pode isolar as pessoas da comunidade, e a surdez severa pode tornar difícil o aprendizado de linguagem. Possivelmente, aquele homem enfrentava esse problema há vários anos.

Jesus entendeu a difícil situação do homem e o chamou para um lado, privadamente. A maneira como o Senhor curou o homem é interessante, especialmente para os leitores de hoje. Ele colocou os dedos nos ouvidos do homem, cuspiu, tocou na língua dele e suspirou. É fácil perceber que Jesus tocou as partes do corpo que iria curar, mas por que o suspiro? Ele "suspirou ao pensar nos ouvidos que se não abririam à verdade e nas línguas que se recusavam a reconhecer o bom o Redentor" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 320).

Jesus devolveu a audição ao homem e o fez falar. Este suspiro mostra os limites que Deus estabelece para Si mesmo quanto ao livre-arbítrio humano. Ele não força as nossas escolhas. Os livros poderiam guiar nossa vida; o Príncipe da vida superou os princípios das trevas. Jesus poderia abrir ouvidos surdos, mas não forçaria corações incrédulos a reconhecerem que Ele é o Messias.

Esta história curta também mostra o que Deus pode fazer por aqueles que se voltam sinceramente para Ele. Talvez você hesite em compartilhar sua fé, sem saber o que dizer. Esse milagre oferece esperança de que Jesus pode abrir seus ouvidos para ouvir conselhos sábios sobre como ajudar os outros, inspirando você a oferecer palavras de encorajamento aos que estão em sua jornada.

Você recebeu os dons de ouvir e de falar. O que tem feito para Deus com esses dons?

Cuidado com o fermento dos fariseus

Que atitude dos fariseus decepcionou Jesus? Marcos 8:11-13.

Por que Jesus não mostrou Seu poder para convencer aquelas pessoas? Essa questão nos leva ao final de Marcos 3, onde aquelas pessoas se opuseram contra o Espírito Santo. Seus ouvidos e olhos estiveram fechados, mostrando que o coração delas não estava aberto. Eles não eram capazes de enxergar, mesmo vendo milagres, e não descartaram suas crenças mesmo com novas evidências. Mesmo os milagres não são suficientes para convencer os incrédulos teimosos.

Leia Marcos 8:14-21. Do que os discípulos haviam se esquecido e que verdade Jesus destacou?

Jesus aproveitou a oportunidade para alertar os discípulos contra o "fermento" dos fariseus e de Herodes (Marcos 8:15), ou seja, os ensinos errados (Mateus 16:12).

Os discípulos enfrentaram problemas ao entender que Jesus advertia sobre o perigo simbólico, não literal. Como geralmente acontecia quando os discípulos não entendiam alguma coisa, Jesus deu instruções. O Senhor lembrou que eles não haviam compreendido Sua missão, relembrando Marcos 4:10-12, sobre como Sua mensagem era mal interpretada por aqueles que não entendiam. Suas palavras tinham como objetivo despertar os discípulos para que vissem a realidade espiritual.

Em Marcos 8:19 e 20, Jesus faz perguntas simples sobre quantos cestos de pães colheram eles, lembrando-os do milagre da multiplicação dos pães (5 mil em Marcos 6:30-44 e 4 mil em Marcos 8:1-10). Essas perguntas tinham o objetivo de mostrar que eles já haviam testemunhado o que era necessário para compreender Sua missão. A pergunta final também é retórica: "Vocês ainda não compreendem?" (Marcos 8:21). Afinal, pense em tudo o que eles já tinham visto e vivenciado com Jesus.

Como manter o coração e a mente abertos a realidade do amor de Deus? Pense nas evidências da atuação de Deus. Às vezes, porém, por que parece tão fácil duvidar?

Estudo Adicional

"Consulte, Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 311-314 ("Traduções fatais"), p. 315-319 ("Barreiras demolidas"), e p. 320-325 ("Corações sinceros").

"Quantas vezes nosso trabalho para Cristo e nossa comunhão uns com os outros são prejudicados pelo desejo de nos colocarmos em destaque! Com que facilidade brota o desejo de nos exaltarmos e a busca por aprovação humana! E como o egoísmo cruel, o desejo de um caminho mais fácil do que o que Deus nos designou, leva à diminuição dos mandamentos divinos por teorias humanas. Aos Seus discípulos, Jesus apontou a advertência [...] (Mateus 16:6).

"A fé verdadeira em Cristo é puramente sincera. Zelo pela glória de Deus: essa é a motivação implantada pelo Espírito Santo; apenas a eficaz atuação do Espírito pode estabelecer essa motivação. Somente o poder de Deus pode remover o egoísmo e a falsidade. Essa transformação é um sinal de Sua obra. Quando a fé que professamos rejeita o egoísmo e se enraíza, quando nos motiva a buscar a glória de Deus e não a nossa, podemos estar certos de sua autenticidade. [...]” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 324, 325).

Questões para discussão:

Quais práticas cristãs ajudam a manter o coração puro?

O que você pode fazer para atrair os incrédulos da comunidade para o evangelho?

O que vocês podem fazer para pregar o evangelho de modo simples para as pessoas?

Faz diferença o fato de que, na segunda multiplicação dos pães e peixes (Marcos 8:1-10), a multidão provavelmente fosse formulada por gentios?

Como evitar o desejo natural que temos, como seres caídos, de nos exaltarmos?